No próximo dia 28, entre as 16h00m e as 21h30m, no Espaço do IEAC-GO, em Paço de Arcos, estará patente a Exposição «Cartografia em Dança e o Dialogismo das Calçadas Portuguesas Luso-brasileiras».

Texto da Prof.ª Dra. Isabel Coimbra, com uma explicação síntese deste seu projeto.

Esta Exposição faz parte do projeto de investigação de pós-doutoramento da Prof.ª Dra. Isabel Coimbra (Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG/Brasil), realizado intercaladamente entre a Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade de Lisboa, com apoio do CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Brasil – Bolsas no Exterior.

A investigação trata da dialética entre o corpo, a dança, a videodança e determinadas calçadas portuguesas luso-brasileiras. O objetivo da investigação é compreender as poéticas cénicas, visuais e sonoras entre determinadas cidades luso-brasileiras, de modo a identificar e analisar a relação entre a cartografia em dança e a cartografia das calçadas portuguesas e desencadear o processo de criação, realização e produção de uma instalação de arte, dança, videodança e performance. A problemática da investigação transita nas narrativas dos encontros entre os espaços do corpo e os espaços da cidade. Das questões levantadas ressalta-se: quais os sentidos da narrativa dançante mediados nestes espaços? Há diferença no sentido gerado entre as calçadas portuguesas das cidades pesquisadas?

Para essa investigação, foram elencadas quatro cidades: Belo Horizonte e Rio de Janeiro, no Brasil; Lisboa e Coimbra, em Portugal. A relevância deste estudo está na compreensão do contexto da rua, não só como espaço público, ou como obra das relações humanas, ou mesmo como local de encontro, de arte e de direito, sobretudo a rua é um lugar em que podem aflorar inúmeros sentidos.

O caminho metodológico de acesso foi o projeto Dança na Mochila do grupo de investigação «Concepções Contemporâneas em Dança (CCODA)», coordenado pela investigadora na UFMG, que consta de uma dança-livre e de inserção na rua e/ou em espaços públicos. Trata-se de uma pesquisa-intervenção em que o processo investigativo é parte do mesmo processo criativo coreográfico e de videodança, baseados na prática do sujeito a se narrar em diálogo com o sujeito-investigador que existe (in)serido da cidade.

No processo de investigação, as calçadas portuguesas mostraram-se sobretudo como um espaço de arte-educativo em potencial, uma vez que exalam, revelam, expressam e atravessam a história da cidade e do corpo.

Essa exposição é uma escritura singular coletiva, que envolve os sujeitos da dança, da filmagem, da edição das imagens e das videodanças. Nesse sentido, estas narrativas poéticas culminam no hibridismo das linguagens dança, imagem e vídeo.

A Exposição «Cartografias em Dança e o Dialogismo e as Calçadas Portuguesas Luso-Brasileiras» é o resultado dessas experiências. São vozes citadinas, proféticas, poéticas, amorosas e dançantes.

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